933% Mais Estúpidos

(Hugo Dionísio, in Facebook, 19/06/2023)

Os EUA entraram naquela vertigem muito característica dos maus vendedores. Quanto maior a queda nas vendas… Maior o preço que cobram.

Se a estagnação económica, o retrocesso social e a erosão do sistema político ocidental, que observamos ao longo do século XXI, aconselhariam a uma inversão nas políticas internas e externas, direccionando-as para os interesses dos povos e não de ultraminoritárias elites; o que temos constatado é precisamente o inverso: não funciona? Carrega com força. Dá-lhe com mais 933%!

Diz o relatório do Tesouro do EUA (The Treasury 2021 sanctions review) que entre o ano de 2000 – 912 sanções – e o ano de 2021 – 9.421 sanções -, o número de sanções aplicadas aos “incumpridores” da “ordem baseada em regras (as deles) ” aumentou 933!? Eis o indicador da agressão… e da decadência.

Este número conta a história da erosão do poder hegemónico nos últimos 20 anos, e, por si só, daria para fazer um estudo profundo e extenso sobre o quadro psicótico, histérico e esquizofrénico que caracteriza o fanático gangue supremacista e seus capatazes, que domina a política ocidental. Assistimos a uma cavalgada urgente, ofegante e irreversível rumo ao precipício.

Não se pode pedir um qualquer comentador, cientista “político” (uma espécie de papagaio neoliberal com habitat muito favorável no ocidente) ou “politólogo” (normalmente desprovido da parte do “logo”, ou seja, da lógica e racionalidade) que questione as sanções, a sua legitimidade, ética e até moralidade. “Mas que raio de superioridade tem um qualquer país para punir outro”? Poderiam questionar. Mas, para isso não poderiam passar pelos colégios, institutos de pilhagem (business) e pelos professores por que passam. A susceptibilidade de questionarem a legitimidade das sanções unilaterais (exclusividade do “excepcionalista” do Ocidente) é inversamente proporcional ao número de avenças na “comunicação social” e ao número de aparições televisivas. A ordens do chefe cumprem-se, não se questionam.

Mas o que poderiam fazer, ao menos – porque até o Tesouro americano o faz –, seria questionar a eficácia da acção em si. Quando se abusa de determinado veneno… a vítima ganha tolerância. E esta é a história que observamos ao longo do século XXI: as vítimas (classificadas como “agressoras” na depravada lógica dos valores neoliberais) foram ganhando tolerância, aprenderam a viver com as limitações brutal e autoritariamente impostas. Daí que, importantes centos do poder mundial, tenham ganho imunidade. Com esta imunidade, outros podem agora beneficiar da vacina.

É o próprio Tesouro a reconhecer – sem nunca sair do seu quadro supremacista – que “se as sanções podem, quando usadas adequadamente, deter e prevenir ameaças à segurança nacional dos EUA, contudo, os EUA enfrentam hoje novos desafios à eficácia das sanções como uma ferramenta de segurança nacional”, acabando com “os EUA têm de adaptar-se e modernizar a arquitectura operacional da forma como as sanções são aplicadas”.

Que orgulho devem ter os “boys” do “arco da governação” por submeterem Portugal e a UE a gente tão “racional e sabedora”. Afinal, foi preciso chegar a um aumento de 933% para se constatar que algo não funciona. E, mesmo assim, nem por um momento, no relatório se questiona: “e que tal nos comportarmos como um país civilizado?”

Estes 933% denunciam grande parte dos problemas que nos afectam, como povo, como trabalhadores, como seres humanos. Este número denúncia a violência da vertigem hegemónica. Em cada ponto percentual deste número esmagador encontram-se os corpos famintos, inanimados, subnutridos e violentados de centenas de milhões de seres humanos.

Este número desastrado, excessivo, representa a escala da apropriação de capital que o Ocidente fez nos últimos 500 anos. Não lhe bastou enriquecer, desenvolver-se primeiro, com a riqueza pilhada aos outros povos. Os 933% demonstram o quão preparadas estão as elites supremacistas ocidentais para lutar pela manutenção do seu modelo de agressão, submissão e exploração dos povos.

E não pensem os incautos locais que estes 933% de agressão sancionatória não se reflectem nos seus ossos, na sua carne. Se olharmos ao que se passa hoje no leste europeu, verificamos que alguns milhares destas sanções resultaram na nossa inflação, na destruição da indústria alemã (hoje em queda aos níveis do Covid – 19) e europeia, na recessão das economias ocidentais. A vítima, uma vez mais classificada como agressora, está imune. Mas o que vale é que somos “liderados” por gente sabedora, que já vai no 11.º pacote de sanções sem outro resultado que não seja a nossa desgraça.

Mas neste quadro apocalíptico, não foram apenas a sanções que aumentaram 933%.  Assistimos a um aumento paralelo nas doses intermináveis de propaganda do regime (que ainda não viu os novos “Eu amo a União Europeia”?); na doutrinação em massa, da publicidade ao cinema; na censura, amordaçamento e unanimismo dos órgãos de comunicação; na perseguição da dissidência, nos delitos de opinião; na vigilância, monitorização e condicionamento de todos os nossos passos. A nossa liberdade também se reduziu 933%, e mais do que a individual, perdemos a colectiva, como povo, como país, como nação.

Estes 933% também nos contam sobre uma realidade contraditória. Ao passo que os países vassalos do ocidente colectivo estão 933% mais condicionados (nem a internet 5G já têm liberdade para escolher), existem outros, que finalmente, vêem nesta imunidade ao veneno das sanções, uma possibilidade de libertação colectiva e de posterior desenvolvimento. Acima de tudo, estes 933% de aumento da carga sancionatória representam, por outro lado, um acréscimo da coragem libertadora por tantas e tantas nações e povos. Algo impensável ainda há 30 anos.

E, afinal, foi apenas preciso alguém gritar chega! Alguém com peso e importância. Dado o grito libertador, alguns situando-o em Fevereiro de 2022, passámos a observar uma urgência, muitas vezes pueril – como no caso de Lula -, outras vezes envergonhada – como no caso da Índia – pela fuga ao ditame hegemónico do dólar e da arquitectura de poder que o sustenta.

E é este êxodo que reflectem os 933%. Ao longo dos últimos 20 anos, por cada ponto percentual que subia a carga sancionatória, eram mais os países que aderiam às organizações que, no futuro, constituíram a nova ONU. Desta feita uma verdadeira ONU, a situar-se no sul global e não no centro do imperialismo e do capitalismo mundial, como a que preside Guterres, símbolo do fanático supremacismo cultural, económico e político ocidental.

E por mais que a propaganda ocidental fale de “armadilhas da dívida”, “ameaças à segurança”, a verdade é que são mais e mais as nações, numa corrente imparável, a juntar-se ao movimento emancipatório. É razão para questionar: “ou estes povos são estúpidos e não sabem o que é bom para eles”; “ou estúpidos somos nós por acreditarmos que deveriam dar graças pela miséria a que os submetemos ao longo de 500 anos”.

Como soube bem, na Arábia Saudita, Blinken reunir-se com MBS sem que fosse colocada a bandeira americana ao lado da saudita. Como soube bem Blinken ter saído da China sem ter visto respondidas quaisquer exigências que levava na cartilha. Como soube bem, depois de terem brindado ao Imran Khan do Paquistão com uma “lulada” judicial, os EUA terem agora de assistir à compra de petróleo russo, pelo Primeiro-Ministro que colocaram no lugar do outro.

Os 933% de sanções em relação ao ano 2000 mostram também o desespero que leva à instalação de um regime neonazi, liderado por um escroque que é capaz de mandar o seu povo para a morte, em nome de interesses alheios.

E tal como os 933% de sanções não foram suficientes para conter o inexorável, também as armas maravilha do Ocidente e o tal treino militar segundo o “padrão NATO”, foram insuficientes para mover as defesas de um país “atrasado”. Tanta arma maravilha e uma contra-ofensiva programada para ter sucesso nos primeiros três dias, foi subitamente transformada numa “maratona”. São assim os incapazes e os incompetentes: quando a realidade não se ajeita, a culpa é dela própria.

No fundo, tal como os 933% de sanções, as acções desesperadas são uma característica das organizações decadentes e sem estratégia, afundando-se num mar tacticista que as arrasta, invariavelmente, para o fundo. Presos nas suas próprias contradições e insuficiências, os EUA e vassalos encontram-se reféns das suas próprias limitações, incapazes de gerar em si a contradição necessária para o renascimento. Anos de destruição e ofensiva contra as forças democráticas que se opõem ao regime neoliberal – de sindicatos de classe a partidos revolucionários -, resultaram numa lógica sobranceira de exercício do poder, cuja arrogância se repercute na escolha de “líderes” cada vez mais fracos e seguidistas. Não se pode esperar que se forjem lideranças fortes e convictas em regimes unanimistas.

E é aqui, por incrível que pareça, que teremos de agradecer aos 933% de sanções. É na luta, e face às contradições, que se forjam os grandes líderes. Ao passo que no Ocidente se idolatram mimados CEO’s cuja coragem se mede pela capacidade de despedir e baixar os salários de quem está abaixo, sendo tiranos para os debaixo e vassalos para os de cima, é no Sul Global que encontramos as grandes lideranças mundiais. Tanta agressão obrigou os países a encontrar dentro de si as forças necessárias, uma ou outra vez.

Daí que este seja o momento de reconhecer a importância de duas acções com enorme profundidade histórica:

•            Reconhecer a importância do apoio da URSS (e da China) aos movimentos de libertação africanos, latino americanos e asiáticos, sem o qual não seria, hoje, possível este movimento de rejeição da ordem imperialista;

•            Reconhecer a estupidez da irracionalidade que caracteriza a ganância capitalista, na sua forma supremacista e fanática neoliberal; sem ela não se teriam produzido as contradições necessárias à libertação dos povos!

Face ao mundo que vemos hoje nascer…. É razão para dizer: estão 933% mais estúpidos!

E pensar que as propostas eleitorais mais propaladas, como não poderia deixar de ser, apostam em 933% mais do mesmo! Ainda temos tanto para sofrer!

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34 pensamentos sobre “933% Mais Estúpidos

  1. Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu e convidada do Parlamento português, exibiu com arrogância a casca grossa de que é feita, característica da criadagem, e permitiu-se fazer sugestões mal-educadas a um membro do Parlamento que a convidara, no caso a líder parlamentar do PCP, Paula Santos.

    https://sicnoticias.pt/especiais/guerra-russia-ucrania/2023-06-20-Ministro-da-Defesa-ucraniano-elogia-discurso-de-Roberta-Metsola-na-Assembleia-da-Republica-9c51b598

    https://twitter.com/oleksiireznikov/status/1670894459616149504?s=20

    É sempre um vomitório eficaz, o espectáculo da criadagem a esfolar-se pela recompensa, lambendo sofregamente o rabo ao patrão, mesmo que à distância. E o presidente do Parlamento português comeu e calou, como menino bem-comportado que é.

    Quanto ao Parlamento ucraniano, de que a Metsola farsola tanto gosta, eizi-o em todo o seu esplendor de convivência democrática:

    https://youtu.be/fT65rlutaC8 (2018)

    https://youtu.be/W05PoEW1g1w (2018)

    https://youtu.be/zXxq8kNTXXc (2016)

    • A senhora foi tão delicada, tão meiga!
      Não ter denunciado a agente putinesca para pelo orçamento português ter-lhe-á exigido grande esforço.

  2. É possível que agora já não se peguem à porrada, ou se peguem menos, pois todas as vozes divergentes foram eliminadas, já não há ninguém a quem bater. Metsola farsola, uma sua criada. Quer que engula ou que deite fora?

  3. É lamentável, e é cruel dizê-lo, mas é verdade, que os Estados ocidentais não estejam a pagar o preço humano da guerra que travaram por procuração na Ucrânia contra os russos. Se tivessem de pagar este preço humano, como os “pobres ingénuos” ucranianos estão a pagar hoje, já teriam parado há muito tempo! Em todo o caso, nós, no Ocidente, teremos de pagar o preço económica e socialmente. Começou muito antes desta guerra e é apenas o começo…

    Como alguém que conheço diria depois de um debate comigo sobre a Ucrânia: “Mas eles estão a lutar pela democracia!!!”. Estão a lutar por valores universais!!!”. Ao que eu respondia: “Sacrificar até ao último ucraniano, é isso que são os valores ocidentais”.

    A guerra já não é o que era. No tempo do meu avô, sabiam pelo que estávamos a lutar. Hoje, morre-se em nome de conceitos e valores (mas sobretudo de interesses) que são tão loucos como os outros. Mas não pensem que este conflito se vai limitar à parte oriental da Ucrânia. A Ucrânia é apenas um ensaio, um teste para o próximo conflito que se avizinha, e nós seremos os próximos na lista.

    Digo ao meus amigos que quando não se tem nada no estômago, não comem democracia.
    Em 2015, em Chicago, G. Friedman explicou o que os EUA tiveram de fazer para alargar e manter o seu império. O que está a acontecer na Ucrânia ilustra o que Friedman disse. O vídeo está na net para os interessados. Friedman não é desprovido de cinismo e arrogância. Prevê o desaparecimento da UE e da Rússia, tal como são atualmente, até 2025. Veremos… o mundo não voltará a ser o mesmo!
    É claro que para os EUA é “dividir para conquistar”. Fazem com que as pessoas lutem pelos seus próprios interesses e fazem-nas acreditar que é pela liberdade e pela democracia.

    É muito mais do que uma simples subestimação: querem fazer com que pareçam uns falhados que não sabem lutar e que estão constantemente a ser derrotados pelos invencíveis super-guerreiros ucranianos. O único objetivo é fazer o povo acreditar que uma pequena e boa guerra os derrotaria facilmente. Um pequeno ataque da NATO esmagá-los-ia e livrar-nos-íamos finalmente do horrível Putin para sempre… E os americanos poderiam finalmente entrar no país com uma armada de industriais e financeiros que poderiam pilhar tudo à vontade e depois deixar o país despojado …. E até ficariam contentes se os idiotas europeus lhes apontassem uns mísseis nucleares à cara, o que também os livraria de um rival comercial incómodo…

    A guerra para 95% das pessoas é o horror absoluto e para algumas pessoas é o paraíso absoluto (voluntários europeus que vão para a Ucrânia, canal de youtube pró-nazi, reino da arbitrariedade absoluta, indústria militar, etc…)” Eu acrescentaria a oportunidade de todos os criminosos da Europa Ocidental terem uma rota de fuga.

    Todas estas vidas destruídas,Russas ou Ucranianas bem como as suas famílias, para a felicidade de 5% dos beligerantes, aqueles que se enriquecem e se regozijam com a continuação deste conflito.
    Viva a paz a todos aqueles que estão a trabalhar para encontrar soluções que a tornem possível.

    É claro que este conflito deixará a sua marca e contribuirá para mudar as economias do mundo, dando origem a uma nova ordem mundial, o que, de qualquer modo, estava destinado a acontecer com potências como a China, a Rússia e a Índia. O Ocidente terá de partilhar o bolo, quer queira quer não.
    Isso não significa que será pior, mas será diferente e teremos de nos adaptar.

    As principais vítimas são todos aqueles que morreram, a maior parte deles jovens, para nada.
    Que desolação, que desastre!

    Não há ninguém mais surdo do que a pessoa que não quer ouvir nada, ninguém mais cego do que a pessoa que não quer ouvir nada, e o pior de todos é a pessoa que acredita nas suas próprias mentiras e quer impô-las aos outros, e é esse o caso dos globalistas, dos quais os canais de televisão é apenas um dos muitos veículos. Para dizer a verdade, a Rússia não vai desaparecer, os ucranianos, apesar do seu fanatismo nazi, estão a levar pancada atrás de pancada, a guerra ainda mal começou e estão a arrastar Portugal para ela.

    O coronel Mac Gregor – comandante de tanques durante a guerra do Iraque e ex-conselheiro de Trump – disse que os EUA eram uma potência marítima e que, quando as coisas corriam mal, iam para casa, deixando o caos para as potências continentais ao virar da esquina. Podemos, portanto, esperar que a UE – que já está de rastos – assuma a tarefa de apoiar a Ucrânia.

    Na minha opinião, este é um grande golpe dos americanos, que não conseguiram desmantelar e pilhar a Rússia, mas conseguiram uma separação a longo prazo entre a Alemanha e a Rússia (a sua fobia desde o início do século XX tem sido uma aliança entre estes dois países, que vêem como os seus principais concorrentes para a hegemonia), desindustrializaram a Europa através de uma energia cara e de um desperdício de recursos europeus e russos numa economia de guerra.

    A principal vítima é a Ucrânia e os ucranianos, cuja demografia já era catastrófica, e que estão a ver a jovem geração de futuros pais ser massacrada e a sua economia aniquilada.

    Para poderem dar a volta, como o seu segundo concorrente, a China. Mas a sua guerra contra a Rússia e a Europa está a ter o efeito boomerang de alargar os BRICS sem o dólar, o que lhes vai custar muito caro.

    Com a situação na Ucrânia, estamos a reviver acontecimentos do passado, como a guerra no Vietname, muito longe de casa. Esta guerra horrível, na qual morreram milhões de pessoas do lado vietnamita, durou quase vinte anos e fez parte do nosso quotidiano.

    Estávamos todos convencidos de que os bons da fita eram os americanos. Os vietnamitas receberam armas da URSS e da China e ninguém se importou, apenas forneceram a carne para canhão. É o que provavelmente vai acontecer também na Ucrânia!

    Será que os meios de propaganda ocidentais se preparam para mudar de propaganda?
    É apenas uma questão de tempo até que a VERDADE venha ao de cima!

    A realidade é que ninguém está a falar dos 350.000 mortos ucranianos, apenas dos 100.000 russos.
    450.000 (e talvez mais) para um conflito fratricida entre dois países com tudo em comum.

    O caminho da razão parece, finalmente, ter prevalecido, dir-nos-ão aqueles que o defenderam incansável e exclusivamente nos seus discursos.
    Em detrimento da ação, que, neste tipo de situação, só poderia conduzir à violência.
    Claro que sim.

    Os numerosos mortos e feridos, as famílias enlutadas, os órfãos, não discordariam inteiramente dessa retórica, mas teriam sem dúvida preferido que ela tivesse cessado muito mais cedo.

    Se queremos falar de ações preventivas, podemos dizê-las, mas sobretudo podemos fazê-las……
    O cirurgião cauteriza a ferida para evitar a infeção.
    A operação militar especial, antes de se tornar uma guerra, foi dedicada a uma ação rápida, preventiva, cirúrgica, tudo para abrir caminho a negociações ao fim de poucos dias. Falhou.

    Os russos disparam 40.000 projécteis por dia e os ucranianos 4.000.

    A indústria ocidental, no seu conjunto, não seria suficiente para fornecer as munições necessárias, de tal modo que os países alinhados e fornecedores de equipamento começam, desde há algum tempo, a recorrer aos seus próprios stocks estratégicos, e não se trata de um problema de dinheiro, mas sim de indústria e de matérias-primas.

    Quanto aos tanques fornecidos pela Alemanha e pelos Estados Unidos, vimos o que os russos fazem com eles todos os dias na linha da frente. Uma dura lição para os fabricantes de armas ocidentais.

    Assim, a propaganda atlantista musicada por meios de comunicação seria risível se não tivesse custado tragicamente tantas vidas humanas.
    Quanto mais continuam a veicular esta propaganda idiota e enganosa, mais a sua credibilida

    Paradoxalmente muitas pessoas estão a morrer porque a Ucrânia se está a defender, e a Ucrânia está a defender-se porque nós a estamos a ajudar a defender-se. Somos cúmplices.

    A “abordagem correcta” à invasão russa, na minha opinião, teria sido não fazer nada.

    A operação especial não teria matado mais de 1000 pessoas e teria durado uma semana.

    Mas não, preferimos chegar a meio milhão de mortos sem qualquer sinal de desanuviamento, enquanto empobrecemos todos os outros países.

    Brilhante!

    • De facto, meter a cabeça debaixo da pata russa só significava a morte de uns tantos eleitos.
      E todo o coirão que se dispensa de ir servir sob o regime russo, se sente confortável com a servidão dos ucranianos, enquanto cospem no prato em que comem..

  4. Pois, convidar alguém a ir a um Parlamento onde os poucos, que, restam são peritos em mandar prender, torturar e matar divergentes chamasse falta de chá, falta de respeito pela vida e integridade física de colegas parlamentares, falta de decoro, falta da mais elementar humanidade. Não há, outro nome para o convite da maltesa. Porque é que já agora a senhora não vai ela explicar ao Parlamento da Rússia o apoio da União Europeia, aos herdeiros de Stepan Bandera.Ou os discursos xenófobos e a perseguição a todos os russos que não flagelem o seu país. Ou o facto de na livre União Europeia haver gente a ser, assediada pela pide ucraniana e até despedida por denúncias de bufos ucranianos. Tanta coisa que devia ser bem explicadinha. Se ninguém a convidou a tal isso explicasse porque outros tomaram mais chá em pequeninos. No lugar deles eu teria endereçado esse convite a senhora.
    Já agora, a União Europeia diz, que a Rússia é uma ditadura tenebrosa, e, depois, exige que cidadãos russos condenem o seu país para, poderem manter as duas vidas na Europa. Deixo de lado o desrespeito pela vida humana que tal significa. Alguém se lembra de alguém achar que, americanos deviam ser despedidos dos empregos ou até deportados por não condenarem as guerras, de devastação do Iraque, Líbia, Síria, a tentativa de provocar guerra com o Irão e tantas outras aleivosias que aquela nação cometeu? Racismo não é opinião, é crime.

  5. A situação é clara: ou há regras internacionais e sanções para quem as viola; ou há armas e exércitos em acção.
    A Rússia já fez a sua escolha.
    Outros terão que decidir o que escolhem.
    Os EUA está preparado para as duas opções, a UE está a caminho de os acompanhar.

    • Estamos a assistir ao fim duma ditadura de parasitagem (que pretendem estar instalados no planeta como cidadãos de Roma) já com 500 anos.
      .
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      P.S.
      O mainstream ocidental há 500 anos que está habituado a uma cultura de cidadanismo de Roma: 500 anos de pilhagens:
      – América do Norte, América do Sul, África, Austrália, Iraque, etc.
      [nota: a guerra da Ucrânia mostra, mais uma vez, o ‘nível’ (leia-se, a falta dele) que reina no Ocidente]

        • Claro, e esse facto (para o qual não dás provas nem argumentos a não ser o teu enviesamento racista e fascistóide) vai desculpar o colonialismo ocidental, invasões contínuas para apropriação de recursos naturais, desestabilização de regiões inteiras, o desrespeito flagrante por povos e suas culturas. A lista continua…

          Lógica de jardim de infância.

    • Desculpa, estou à espera de Kissinger, Cheney, Obama, Netanyahu, Blair, Bin Salman, Aliyev e muitos outros se sentem em Haia para parar de me rir com a ideia de regras internacionais.
      Ou com os náufragos do mediterrâneo de salvamento obrigatório, mas há regras mais regras do que outras, não é?

      • E será que as regras sobre fornecer armamento nos torna todos em co-beligerantes também são para cumprir? Não percam os próximos capítulos, porque não deixaram de lhe vender que há justiça possível no meio disto.

  6. “As tripulações da fragata Almirante Gorshkov da Frota do Norte […] e do navio de carga seca Pizhma, que a acompanhava, resgataram esta noite 68 passageiros do navio estrangeiro Avalon, que se encontrava em perigo nas águas territoriais gregas”, refere o comunicado.

    A agência disse que a fragata recebeu um pedido de socorro do Avalon, “após o qual os navios russos mudaram de rumo e começaram imediatamente a entrar na área do desastre”.

    O ministério afirma que “a operação de salvamento foi bem sucedida” e as pessoas foram evacuadas para o Pizhma, onde receberam o tratamento médico necessário. Em seguida, foram levadas para a baía de Kalymnos para serem transferidas para navios da guarda costeira grega.

    (Lanzamiento de misiles hipersónicos Tsirkon desde la fragata Admiral Gorshkov)

      • E se fosses policiar a coisinha da tua tia, pá? Não te cansas de passar aqui os dias, as horas e os minutos a fiscalizar e a meter nojo a toda a gente?

      • “As armas da tríade nuclear russa permitem assegurar a dissuasão estratégica e manter um equilíbrio de forças de forma eficaz e com garantias”, afirmou o Presidente na quarta-feira, durante uma reunião com licenciados de universidades militares.

      • Entre muitos muitos outros casos:
        – o «paraíso» dos milhões de mortos à fome de nativos norteamericanos (aniquilaram o seu sustento: os bisontes).
        -> para os boys e girls do cidadanismo de Roma do colectivo ocidental as crianças nativas norteamericanas (e muitas outras) não contam.

  7. Oh! Camarada Menos, sempre tão azedo, ainda apanhas uma ursula no estômago! Descontrai, saboreia um vodka laranja fresquinho (mas não abuses!), ouvindo um Tchaikovsky, em vez de estares sempre a ouvir, choramingão, o «Oh! Tempo, volta para trás»! Isso dá cabo de ti, quando a vida são dois dias e a morte é certa!🥸

  8. Oh! Camarada Menos, sugiro-te, nesse caso, uns mergulhos coralíngios na costa australiana! Mas vê lá como mergulhas e se bates com a cabeça nalgum dos corais e ainda ficas pior!🥸

  9. Parece que a Ucrânia está a ser dividida em duas partes.
    -A Polónia parece querer o oblast da Galiza e até o oblast da Volhynia de volta.
    -A Hungria tem reivindicações sobre o oblast de Subcarpathia, onde ainda há muitos magiares.
    -A Moldávia poderia obter um corredor para o Mar Negro em troca da Transnístria.
    -A Roménia poderia recuperar o oblast de Chernivtsi, a ilha das Serpentes e algumas outras ilhas que há muito reivindica.
    A isto juntar-se-ia a adesão à Federação Russa dos oblastos de Luhansk, Donbass e Zaporozhye e, provavelmente, de Odessa.
    A Ucrânia tornar-se-ia então um confete no mapa da Europa de Leste.
    A boa notícia é que, sem acesso ao Mar Negro, esta mini-Ucrânia deixará de representar qualquer interesse geoestratégico para Washington, que deixará de semear o caos na região.
    Por outro lado, Zelensky, para pagar as armas americanas, prometeu entregar o que resta da Ucrânia à BlackRock.

    Pessoalmente, estou mais inclinado para um conflito que acabará congelado, a Rússia manterá os territórios que já estão nas suas mãos e a Polónia irá espreitar os seus territórios históricos. E não, não creio que a Rússia tome Odessa, mesmo que quisesse, porque as forças da NATO entrarão no Leste para tentar salvar o que resta. Além disso, isso exigiria um ataque conjunto terra/mar, o que é muito arriscado em termos de perdas. O mesmo se aplica a Kharkov, que é demasiado arriscada de retomar porque está infestada de mercenários estrangeiros (polacos, americanos), pelo que os russos se limitarão a atacar alvos militares, como os stocks de munições.
    Depois disso, não sou um adivinho e tudo pode acontecer.

    Isto significa quatro coisas: as perdas ucranianas são colossais e têm de ser tratadas com urgência (daí a pausa operacional), a ofensiva ucraniana deverá recomeçar em julho e continuar durante semanas, é de esperar que as forças da NATO entrem na Ucrânia ocidental para substituir as unidades que partem para a frente e os EUA estão a garantir que a guerra dura muito tempo.

    As tripulações dos tanques ucranianos que participam num contra-ataque na região de Zaporozhie estão a simular danos nos seus veículos de combate por medo do exército russo.
    Foi o que informou o jornal “Spiegel”, referindo-se a uma tripulação de tanques Leopard 2 estacionados perto dos combates.
    De acordo com um membro do exército ucraniano, alguns soldados recusam-se a participar no conflito. Nenhum dos três membros da tripulação do Leopard 2 entrevistados pelo “Spiegel” condenou os “resistentes”, porque quando um projétil russo atinge a torre do veículo de combate, “fica-se reduzido a um monte de cinzas”. mão-laranja-cobrindo-olhos

    Tendo em conta que o objetivo era colapsar o sistema económico russo através da guerra na Ucrânia, o plano de Washington falhou, pelo que se levantam vozes entre os senadores norte-americanos que apelam a Biden para que se concentre na península do Indo-Pacífico e abandone gradualmente a Ucrânia, na sequência do fracasso da sua estratégia.
    A recente visita de Blinken à China dá o tom da nova viragem americana.

    Neste momento, o grau de cegueira na Europa é simplesmente espantoso. É preciso dizer que os europeus estão realmente reduzidos a conversa fiada porque não têm voz, sendo que o único país que decide por todos eles são os EUA, que estão a milhares de quilómetros de distância.

    Porque é que toda a gente já esqueceu o discurso do Presidente chinês? Ele disse que, no caso de uma escalada, a China forneceria à Rússia equipamento para evitar uma escalada nuclear. Porque, se a Rússia se metesse em sarilhos, poderia efetivamente optar por armas nucleares a nível tático. Felizmente, dada a situação no terreno, isso não está na ordem do dia neste momento.

    Portanto, em todo o caso, uma vitória militar contra a Rússia é impossível, com ou sem NATO.
    E mesmo os americanos nunca acreditaram nisso, contando com sanções económicas para pôr a Rússia de joelhos, o que não funcionou de todo.

    Esta é uma questão muito delicada!
    Para a Ucrânia aderir à NATO,
    os russos teriam de ser retirados do território ucraniano.
    A adesão à NATO neste momento exigiria que a NATO interviesse com tropas ao abrigo do artigo 5º .

    Como curioso em história, os combates actuais assemelham-se muito à famosa batalha de Kusk, que derrotou um exército alemão bem equipado. Outros geopolíticos estão a fazer a mesma comparação. Liderados por pessoas corruptas e irresponsáveis, os pobres soldados ucranianos estão a ser mortos para nada. Sinto-me envergonhado pelos nossos dirigentes, que são incapazes de pôr termo a esta guerra inútil.

    • A União Europeia vai oferecer à Ucrânia um pacote de assistência no valor de 50 mil milhões de euros (55 mil milhões de dólares), com o objetivo de cobrir os custos sociais e reconstruir as principais infra-estruturas danificadas pelo conflito com a Rússia, noticia a *Bloomberg* citando fontes conhecedoras do plano.

      A Comissão Europeia vai anunciar o pacote, que poderá ainda ser alterado, na terça-feira, antes de uma conferência de doadores a realizar em Londres, esta semana, onde serão discutidas formas de reconstruir o país enquanto o conflito continua.

      A ajuda deverá ser concedida sob a forma de subvenções, empréstimos em condições favoráveis e garantias.

      (https://insurgente.org/la-policia-ha-cargado-brutalmente-contra-los-trabajadores-gallegos-del-metal-en-huelga/)

      $$$ entretanto, vai-se aplicando a brutalidade fascista na europa sucateira ajardinada sobre quem trabalha duro, desde catraio, para financiar o nazismo na eurásia … E esta, hein???

  10. Oh! Camarada «Menos», andas mesmo a atravessar um estado deprissivo! Olha para te onde havia de dar, um cometa a embater na Terra! E se com o embate, tu ainda acabasses saltando para Marte, logo um Planeta Vermelho?!

  11. Como o texto refere, de facto ninguém (uma ampla maioria) põe em causa as sanções económicas que o “Império”, com a cumplicidade dos vassalos, decide aplicar aos que não obedecem ao figurino que quer “impor democraticamente” (?!) Ora deveria ser imperioso e urgente perguntar: que autoridade, que não seja a da força, tem para o fazer?
    Esta demissão de um posicionamento crítico acontece porque a comunicação social aduba o terreno onde foram lançadas as sementes fornecidas pela Escola, nos seus diferentes patamares; aí continua a contar-se a história dos heróis e dos grandes feitos, de uma forma perfeitamente acrítica e despudoradamente cínica. Assim passa completamente ao largo que a liberdade, tão enfaticamente defendida pelas democracias liberais, andou de braço dado com o colonialismo e a opressão dos povos “descobertos”, que perdurou até aos nossos dias e que hoje se procura reeditar sob a forma de neocolonialismo e, mais, que se procura prolongar.
    Passa completamente ao lado, como muitos dos comentários a este texto revelam, o que interessa de facto debater, porque as pessoas perdem o foco e divertem-se com observações marginais que só provocam ruido. Claro que nem todos os comentadores cedem a esta tentação, mas muitos cedem e isso é que é preocupante pelo significado que reveste, nomeadamente pelo facto de serem muitos e de termos interiorizado a ideia – problemática – de que democracia é sempre uma questão de maioria ou que se reduz ao acordo da maioria.
    Gostaria que cada um, cada uma, antes de comentar um texto inteligente e com uma boa estrutura argumentativa como este que Hugo Dionísio nos proporciona, pensasse seriamente em dar uma achega, um contributo e não desperdiçasse essa oportunidade. Pode defender-se uma opinião diferente, mas o que não se pode é dispensar a argumentação, a justificação racional do que se defende, e infelizmente boa parte das pessoas que aqui intervieram descura esta dimensão do discurso.

    • conversa pra boi dormir 😊😊😊 contradição ❗

      se somos ensinados a, cada um de nós, nos defendermos, por nós mesmos, individualmente, como pode ‘exigir’ q nos defendamos coletivamente ❓

      aonde estão as associações dos bairros, das freguesias, das autarquias … ❓

      aonde estão os contratos coletivos do trabalho … ❓

      viva a festa junina com tintol, sardinha assada na brasa e pimentos assados, tb, na brasa … 😁😁😁

  12. Mas será que ainda não compreenderam que este é o unico “sitio” em que o (-) consegue ter audiência.
    Em qualquer outro “sitio” passa despercebido.

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